Limites

Limites

4.9.05

Recado para amanhã

Daquilo que realmente vale a pena muito se pergunta, pouco se responde e menos se conclui.
No intervalo entre tantas discussões e reflexões, a vida vai passar a cada dia mais rápido que ontem.

Coisa fugazes, interesses mesquinhos, valores deturpados.

A luta vai ser intensa, árdua, perigosa. E todo cuidado é pouco porque o perigo vem disfarçado.
Em meio a tanta pressa você vai acabar deixando de saber o que queria fazer quando começou,
vai começar a preferir amores descartáveis, elogios comprados e vaidade fabricada. Aí começa a ruína. Até que, um dia, a vida se encarrega de te trazer de volta à vida.

É preciso passar por dores profundas para descobrir a verdade. Por entre as rugas ainda mais contraídas, lágrimas correrão pelas fendas do seu rosto, mostrando que se houvesse mais grito pra dar seria o seu, que se houvesse como rasgar o peito e dar à alma espaço para se dilatar, daria. Talvez esse seja o dia do seu nascimento.

Espero que você descubra que o dinheiro não pode ser o fim, que o trabalho não pode ser o fimmas apenas o meio de ganhar dinheiro. Assim como comer e dormir são imposições, pagar as contas também é. E nada além disso. Necessário é respirar e ser feliz.

Afinal, quando você já tiver comprado tudo, o que fazer? Nos seus últimos dias, vai ser repetida a pergunta que todos os dias se ouvia: será que valeu a pena? Descobrindo que não, a culpa própria arraigada e o perdão que você não vai se dar por não ter feito diferente, vão ser maior que tudo o mais, e vão acabar por guiar o que ainda lhe restar de vida. E podem ser poucos ou muitos dias. Até que o fim chegue.