Limites

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31.1.10

6 ANOS: A PRIMEIRA REVISÃO

Após alguns dias, o blog está todo revisado. Alguns textos foram excluídos por serem muito ruins!, outros passaram por correção ortográfica.

Como essas anotações começaram em dezembro de 2003, já se vão 6 anos. Desde então muita coisa aconteceu, a forma de ver os fatos mudou, a maneira de me entender mudou. Por isso, a necessidade de revisão.

Alguns textos medianos continuarão publicados até o dia que me encha deles. De outros, por enquanto, fico feliz em tê-los escrito.

27.1.10


"A covardia coloca a questão: 'É seguro?'
O comodismo coloca a questão: 'É popular?'
A etiqueta coloca a questão: 'é elegante?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular,
mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta"

Martin Luther King Jr.

23.1.10


Prisão e Liberdade

Não há quem nasça livre. No primeiro sopro já temos nome e sobrenomes que dizem a quem pertencemos. Primeiro estamos presos por não falar, por não andar, por só comer papinha. E assim a vida segue. Falando, andando, mastigando, e, enfim, escolhendo. Sempre buscando superar algo que nos limite, sempre tentando romper essas pequenas prisões.

Escolhemos amigos, amores, times, músicas, hobbies...mudamos de gosto. Mudamos de roupa, de amigos, de amores, de músicas, de hobbies. Nunca de time! Assim vamos todos os dias, presos à nossa alteração de vontade. E começa o paradoxo.

Aquilo que começa como um ato de liberdade, como a superação de barreiras que nos impediam de deixar de ser criança, torna-se a nossa nova prisão: ficamos presos na busca pela liberdade. Quando os anos passam e tomamos decisões que influenciam outros anos, outras pessoas, vemos que estamos ligados a muito mais que o nosso ego, que a nossa satisfação imediata. O vento de liberdade que sacudia o mundo aos 18 anos, já tem notas de preocupação.

Os compromissos aumentam, o número de gente afetada cresce, o risco é maior, a autocobrança é infinitamente mais tensa. E estamos presos na obrigação de decidir. Presos. Já temos pessoinhas as quais escolhemos o nome e damos nossos sobrenomes, elas nos pertencem! Temos emprego, reconhecimento, cargo, vaidade, bens. Temos histórias! E tudo isso nos prende. Queremos sair! Queremos voltar a correr sem hora, queremos caçar pipas.

Há um dia no qual entendemos que a liberdade é uma ilusão. Por vezes boa, outras nem tanto. Sempre estaremos ligados à nossa história, às nossas escolhas, aos resultados dessas decisões. Sempre estaremos limitados pelas nossas fraquezas, mas da mesma maneira seremos impulsionados pela nossa força: isso também é prisão. Quando tomamos consciência daquilo que é excelente em nós, do que nos faz diferente dos outros, passamos a repetir esses gestos, a desenvolver essas qualidades e já não somos mais tão soltos como antes.

A busca pela liberdade pode produzir novas prisões. Na falta de justificativa para os fracassos, para aquilo que não entendemos, há quem se imponha cercas que não existiam apenas para poder explicar porque não podem andar. Quem não conhece ou não sabe, não quer assumir essa condição. Quem não sabe para onde ir ou como fazer ou, ainda, porque a tentativa fracassou passa, dia após dia, a tentar menos, a se restringir mais, a criar mais desculpas para um círculo cada vez mais apertado, tenso, definitivo.

Nem todas as buscas libertam, nem todas as prisões são ruins. Como pregam filosofia e religião, a busca deve ser pela verdade e a verdade trará luz, trará a sonhada liberdade. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

16.1.10

(mais um texto antigo completado agora)

O Cheiro do Incenso

Sei que não posso te dar conselhos por mil razões. A primeira delas é porque há uma parte da sua vida que deixei de saber, apesar de a cada dia ela vir se tornando menor.

Conforme a vida traz novas chances, consigo ver que talvez eles nem sejam necessários porque hoje você é tão segura, tão mais tranquila, tão preparada...

É verdade que a cumplicidade nunca morreu e estava destreinada por alguns anos sem contato. Mas está ali, pronta, inteira. Ela está viva porque persiste em mim um pedaço que te conheceu, e também porque você não deixou de ser quem eu já tanto ouvi.

De qualquer jeito, o que eu poderia dizer? Tantas palavras óbvias de um futuro bom? Mesmo sendo isso o que quero dizer, não tenho certeza se é o que você precisa ouvir agora, nesse momento. Pra mim importa VOCÊ, mesmo que para isso eu espere.

Talvez nem conselhos de verdade eu tenha mas apenas um repertório de convites, de surpresas, de passos, de tantas desculpas que me deixem passar mais tempo ao seu lado fazendo nada, fazendo tudo....ouvindo música.

Acho que a única coisa que realmente posso dizer é que o risco também vale a pena,
que a vida não deve se deixar ser levada, mas que devemos dar o rumo que nossa intuição manda. Ah, mas tudo isso você já sabe!

Fora algumas dessas coisas que não posso dizer, outras delas já são suas.
Pra quê falar de lealdade, de confiança, de sintonia, de felicidade simples, de harmonia, da leveza que às vezes parece fumaça de incenso...Como acrescentar uma linha, um suspiro que seja, se já é você quem fideliza todos os seus mais recentes compromissos.

Sou eu quem deve ouvir. Sou eu.

5.1.10


Mais uma vez o tempo passa e a vida nos reaproxima. Mais uma vez a gente pôde ver que nossos laços são diferentes.

Quero dizer a vocês que esses últimos dias foram MUITO importantes para mim. Relembrar as histórias, reviver o amor e criar novas lembranças foram essenciais para trazer de volta uma parte boa de mim que estava sufocada até o final do ano passado. Viver ao lado de vocês faz diferença na minha vida.

Depois de anos talvez a gente possa anotar algumas dificuldades que passamos, umas marcas duras e difíceis de serem esquecidas. Temos ainda algumas pessoas que chegaram e ficaram por um tempo, uns sonhos que não deram certo. Nem sempre conseguimos dividir isso entre nós porque estávamos longe demais.

Às vezes a distância foi física, outras de ideias, mas também já nos afastamos por teimosia, para que cada um pudesse aprender sozinho com uns voos loucos. Hoje estão todos de volta e a impressão que tive foi realmente de um momento especial, de estarmos diante de uma oportunidade imperdível de reforçarmos nossos elos.

Eu pude, com vocês, viver um final de ano inimaginável, dias incríveis, próximos, intensos, dias e noites inteiras como talvez nós mesmos pensássemos não sermos mais capazes de criar. Não quero abrir mão disso.

Digo a vocês, a cada um de vocês, e não precisam me cobrar: no que depender de mim terei tempo para nós. Separarei mais tempo para dividir os dias cheios e os vazios, colocarei como uma das minhas prioridades gastar mais dessa vida com aqueles que Deus me permitiu conhecer, respeitar, admirar e amar.

1.1.10

Criando seu Céu

email de Dani Krause (www.avidaaconteceagora.blogspot.com/ e www.descobrindoacidade.blogspot.com) enviado em 30/12/2009

"Queridos, Acabei de ler um haicai, uma poesia de poucas e boas palavras, e fiquei tocada como a Helena Kolody conseguiu reunir em tão pouco tantas ideias transformadoras. Aí, claro, foi por água abaixo minha ideia original de não amolar vocês com mais um e-mail neste final de ano. Não resisto, preciso espalhar. Foi este aqui:
Pinte estrelas no muro
e terá o céu ao alcance das mãos
Fiquei pensando que, para o ano que vem, quero mesmo é desejar que consigamos transformar tudo aquilo que for duro, cinza, inatingível, contrário aos nossos sonhos em algum tipo de boa vontade, de coragem, de alegria, de experiência de vida, que seja. Está certo que não é um exercício de positividade lá muito fácil, mas eu acho que vale muito tentar. Pode parecer meio doido (vindo de mim já era até previsível, eu sei...rs), mas o que eu desejo de verdade é que vocês encontrem um montão de muros para pintarem estrelas bem lindas e brilhantes neles! Ah, e desejo também que me avisem quando aparecer cada nova estrela no céu de vocês. Vou adorar saber disso. Beijos enormes, Dani Krause"


Dani, obrigado pelo email, pela inspiração e pelos conselhos.