Limites

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12.3.04

APENAS UM ENSAIO

Ser julgado: coisa que incomoda todo mundo e a qual todos estamos sujeitos. Esse nosso espaço, por exemplo, estará sempre à merce da desaprovação e reprovação pública. É o ônus de expor idéias. Nem mesmo a perfeição nos isenta de julgamento, e como é a imperfeição que comanda nossos atos, geralmente ouviremos e sentiremos o gosto da voz contrária.

Considero existir uma diferença entre julgar e emitir opinião. Talvez eu possa tentar explicar, de forma resumida e não muito convincente, a diferença que existe entre essas duas formas de análise: se eu falo sobre uma roupa, um prédio, um quadro, não estou julgando mas emitindo a minha opinião. Estou dizendo se aquilo agradou ou não o meu conceito de estética, de aparência. Se falo, por outro lado, de comportamento, de valores íntimos, deve ser isso considerado julgamento.

Vejamos. O que é meu, íntimo, pessoal, intrínseco, só pertence a mim. Eu estou utilizando como parâmetro para a minha vida, para os meus sentimentos e não para os outros. Assim, ninguém tem direito de interferir nessas escolhas que faço porque não as participo a mais ninguém. Já, se me disponho a exteriorizar meus gostos e submetê-los ao crivo público, serei obrigado a colher elogios ou não. Mas aí serão meras opiniões.

Por fim e como tentativa inicial de fazer estas diferenças, posso não concordar com alguém que casa oito vezes. Essa será a minha opinião. Mas a partir do momento que me afasto da pessoa por causa desses oito casamentos, a estarei julgando.

Sei que ainda preciso trabalhar melhor essas definições, mas este é apenas um ensaio.

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