Limites

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17.8.04

Pedaços da Infância

De repente doeu meu peito porque senti saudade. Lembrei da época dos sonhos, daquela que não volta mais... Ah, a minha infância!

Uma foto antiga me fez lembrar do colégio. Taí uma palavra que a gente se desacostuma a falar: co-lé-gio. Tá difícil de segurar o choro bom das lembranças ótimas... Quantas reticências vão caber nesse texto? Com certeza menos do que eu carrego.

Uniforme, livro encapado pela mãe, camisa para dentro do short, jogo de bafo. Estojo novo, estojo com lupa, régua, borracha, clipes, lugar para caneta, lápis e um botão mágico que o abria em cima. Livro novo, caderno novo, tudo com cheiro de papelaria.

Janelas na boca, cada hora faltando um dente. Chifrinho em todas as fotos. Namorar? Só as meninas da mesma série. Afinal, se eu fosse da Quarta série, não poderia namorar uma “pirralha” da Terceira.

Guerra de giz e apelidos, muitos apelidos...

Futebol com bola de copo. Voltar do recreio mais sujo que porco. Descobrir que estar com as meninas é melhor que estar com os meninos. Descobrir as meninas como meninas.

Festas americanas...Ahhh....As festas americanas e as músicas lentas. A primeira namorada.

Subir em muro, árvore e pelas paredes, literalmente. Time de botão, coleção de bolinha de gude e álbum de figurinhas.

As primeiras viagens. Viagem não, excursão.

Meu uniforme, meus amigos, minhas namoradas, meus estojos, meus machucados, minha história. Quanta saudade. Quanta....

Ser jogador de futebol! Eu tinha certeza que seria...Esperar o ano 2000 quando eu seria um adulto, com filhos talvez...

O melhor de tudo: dormir sem perceber, ser carregado no colo, colocado na cama e me cobrirem com um beijo de boa noite, como meus pais fizeram tantas vezes.

Ê saudade...