Limites

Limites

12.6.06

Poslúdio

Cada um é refém do seu tempo, cada um é escravo da sua história, todos são escravos de emoções, inclusive eu.

Cada um tem seus lamentos, cada um tem suas defesas, todos têm seus fracassos, inclusive eu.

Cada um já tentou, cada um já duvidou e todos já choraram, inclusive eu.

Cada um já viu o dia escapar, cada um já buscou o sol de noite, todos já engasgaram e ficaram sem voz, inclusive eu.

Cada um já teve seu coração mais apertado que a mão cerrada, o pulso mais acelerado que a visão, todos já quiseram desistir, inclusive eu.

Todo mundo já quis gritar, todo mundo já quis morrer pelo amor perdido, todo mundo já quis ter dois corações pra suportar a dor que havia em um, inclusive eu.

Todo mundo já quis mudar sua história, todo mundo já passou uma noite em claro, sim, todo mundo já se viu perdido, inclusive eu.

Todo dia que não te tive, todo dia que sonhei com você, todo dia que você não apareceu e todos os dias que você não vai vir, tudo isso é vida falida, e todos sabem disso, inclusive eu.

Eu quero os teus olhos e, mais do que isso, eu quero os teus braços.

Eu quero a tua boca, e, mais do que isso, eu quero teu riso.

Eu quero teu colo e o teu ventre, eu quero teus dedos e quero também o lamento.

Mais do que todas essas coisas eu quero a certeza que você me dá de me amar, a certeza de que o meu lado te basta, que o meu silêncio te compreende e te sustenta.

Eu quero o teu amor mesmo que seja de pranto.

Eu quero a tua voz que era doce e fazia minha vida feliz, eu quero teu sopro suave.

Eu quero me buscar em você.

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