O que uma radiografia da moral brasileira mostraria? Nada que, a olhos nus, um bom clínico geral não pudesse diagnosticar.
A confirmação de que um dos coordenadores da campanha de Dilma negociou com arapongas a elaboração de um dossiê antitucano, é apenas mais um capítulo dessa interminável narrativa brasileira. Na semana em que a pré-candidata petista empatou nas intenções de voto com José Serra, o Presidente Lula foi condenado pela quinta vez por propaganda eleitoral antecipada. Quinta!
Esse processo político corroído por imoralidades não está no começo e nem em seu ápice. De fato, a anestesia injetada há tempos já produziu efeito e tanto povão quanto políticos, iguais em suas hipocrisias, já não se importam mais com os meios utilizados, desde que o país “melhore”, cresça.
Apenas para limitar as incontáveis indecêndias aos partidos líderes, podemos citar a compra de votos pela emenda da reeleição capitaneada pelo falecido Sérgio Motta no governo Fernando Henrique, os mensalões de Lula & Zé “Sai de Retro” Dirceu no Congresso, e de Azeredo em Minas, a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo -a quem queria-se incriminar – pelo poderoso Palocci, os aloprados da eleição paulista na primeira edição dos dossiês petistas…
Desde que Maluf começou a ser denunciado, repete-se a máxima de que é melhor quem “rouba mas faz” do que aquele que permanece inerte. O ditado regente típico de um povo absolutamente carente mostra-se ainda eficiente quando Dilma alcança Serra na corrida eleitoral. Pouco importa se os métodos são ilegais, pois, no fim das contas, vale a pena. O saldo entre pagar multas de 5 ou 10 mil reais frente ao crescimento de 5, 10, 15 pontos percentuais é altamente positivo. Essa é a matemática que vale. E enquanto continuar a valer a pena…bem, vocês sabem.
Não se engane quem pensa que os políticos são os únicos praticantes dessa distorção. Eles só agem assim porque quem vota neles é o povo que entende que, enquanto o Governo petista apresentar bons índices sociais e econômicos, toda ilegalidade será tolerada. Despersonificado o mito, Lula é o novo Maluf.
E pensar que o Presidente alemão acabou de renunciar ao cargo porque, mesmo sentindo-se mal-interpretado, acham que falou uma bobagem. Ah, se essa moda pega no Brasil…
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