Limites

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17.5.10

Confissões de dias difíceis


A confusão das últimas semanas tem tirado as letras de mim. É curioso porque, ao mesmo tempo em que estou invadido de palavras que voam, amontoam-se e formam pilhas de preocupação, fico tão perdido que já não sei direito o que sinto. Faz alguns dias que não sei o que sinto.
Raramente falo de casos, raramente falo de abstração - pelo menos aqui. Perigosamente falo de mim, daquilo que vi, do que vivi. Mais que tudo, do que senti.
Problema grave é que minha cota de onipotência está perto do fim, ao menos é assim que me sinto: fraco. Tenho esperado com angústia nos últimos dias por lampejos de brilhantismo, por mágicas mais que ilusórias, por milagres mais que improváveis. Deixar a mão estendida não tem sido suficiente para curar quem precisa e nem mesmo para aplacar minha infinita necessidade de socorrer a quem amo. Dias difíceis esses: sem respostas, sem milagres, sem palavras. Só de esperança.

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