Limites

Limites

16.1.10

(mais um texto antigo completado agora)

O Cheiro do Incenso

Sei que não posso te dar conselhos por mil razões. A primeira delas é porque há uma parte da sua vida que deixei de saber, apesar de a cada dia ela vir se tornando menor.

Conforme a vida traz novas chances, consigo ver que talvez eles nem sejam necessários porque hoje você é tão segura, tão mais tranquila, tão preparada...

É verdade que a cumplicidade nunca morreu e estava destreinada por alguns anos sem contato. Mas está ali, pronta, inteira. Ela está viva porque persiste em mim um pedaço que te conheceu, e também porque você não deixou de ser quem eu já tanto ouvi.

De qualquer jeito, o que eu poderia dizer? Tantas palavras óbvias de um futuro bom? Mesmo sendo isso o que quero dizer, não tenho certeza se é o que você precisa ouvir agora, nesse momento. Pra mim importa VOCÊ, mesmo que para isso eu espere.

Talvez nem conselhos de verdade eu tenha mas apenas um repertório de convites, de surpresas, de passos, de tantas desculpas que me deixem passar mais tempo ao seu lado fazendo nada, fazendo tudo....ouvindo música.

Acho que a única coisa que realmente posso dizer é que o risco também vale a pena,
que a vida não deve se deixar ser levada, mas que devemos dar o rumo que nossa intuição manda. Ah, mas tudo isso você já sabe!

Fora algumas dessas coisas que não posso dizer, outras delas já são suas.
Pra quê falar de lealdade, de confiança, de sintonia, de felicidade simples, de harmonia, da leveza que às vezes parece fumaça de incenso...Como acrescentar uma linha, um suspiro que seja, se já é você quem fideliza todos os seus mais recentes compromissos.

Sou eu quem deve ouvir. Sou eu.

Um comentário:

Roberta Murta disse...

Belo texto ... Antes que terminasse de ler esse post me peguei imaginando/ pensando sobre a leveza das coisas ... sobre a sensação de flutuar ... Belo texto ...