Limites

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12.3.10

Carta ao Imperador

Autoria: Fla Manguaça


ADRIANO, IMPERADOR DOS NOSSOS SONHOS


Atribui-se ao maestro Tom Jobim a autoria da frase de que no Brasil o sucesso é interpretado como uma ofensa pessoal, já que a procura de imperfeições e vacilos dos nossos heróis é o esporte nacional praticado com mais afinco pelos chatos de plantão.

A Nação Rubro-Negra, a porção mais feliz que habita essas terras, tem imenso orgulho de ser governada por um Imperador generoso e atento às agruras de seus súditos, que esperaram tantos anos para poderem triunfar novamente. Adriano devolveu a todos nós a autoestima inflacionada que todo flamenguista tem tatuada na alma. É natural que os frustrados de sempre vistam suas fantasias de mexeriqueiros e façam da fofoca o refúgio de suas respectivas invejas.

O torcedor rubro-negro, ao revés, faz da crença em seu Imperador, o guerreiro que nos devolveu o direito de sonhar com a reconquista do planeta, a inspiração para apoiar e empurrar nosso exército a mais uma vitória, e depois a mais outra, e depois outra ainda mais, até que todos os nossos rivais tombem e estejam devidamente recolhidos às suas minúsculas insignificâncias.

À FLA MANGUAÇA, torcida que há 15 anos frequenta os estádios divulgando sua mensagem de paz e alegria, lembrando a todos que futebol é ainda melhor quando celebrado com cerveja, incomoda ainda mais toda essa hipocrisia, falso moralismo, conselhos abjetos e histeria coletiva contra o consumo de álcool. Imperador, não se iluda: essas candinhas, se pudessem, censuravam a alegria, proibiam a felicidade, acorrentavam o prazer e passavam a entoar seus sermões moralizadores como a panacéia para todos os males.

Imperador, fique tranquilo. Da arquibancada jamais lhe faltará incentivo, compreensão e confiança. Nosso apoio a você é incondicional, irrestrito. Só não é maior do que a nossa gratidão por tudo que você já nos deu

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