Limites

Limites

17.3.10

O Rio contra Ibsen

Não vou falar sobre o eterno 'Anão do Orçamento', Sr. Ibsen Pinheiro. Ele é apenas um dos que aproveitam-se das facilidades que a moral escorregadia do brasileiro aceita. Nunca é exaustivo lembrar que o voto secreto e a democracia vigoram nessa terra que "em se plantando, tudo dá", e esse cidadão foi eleito por votos que valem tanto quanto o meu e o seu.

Que fique o Deputado em defesa dos seus interesses e daqueles que o patrocinam, e nós do outro defendendo-nos de mais uma tunga. Digo mais um roubo em razão da recente história de perdas que o Rio de Janeiro suportou. Chega a ser cansativo ouvir a queixa de outros brasileiros acerca da favelização, do crime organizado, da falta de empregos, da desorganização, da sujeira que cobre as ruas, enfim, do visível e vergonhoso declínio vivido pelo estado que sempre projetou tão bem a imagem do Brasil mundo afora.

Esquecem-se os queixosos de informações que não são minhas e que certamente muitos dos que as lerão conhecem. A cidade que já foi capital da colônia no século XVII e, a partir de 1808, do Império Português, continuou como centro das decisões políticas até 21 de abril de 1960 com a mudança da capital da República para o interior do País.

A perda de relevante parte da sua população economicamente ativa (servidores públicos federais) deu início ao declínio da economia carioca com a diminuição não do prestígio político, não da capital, mas do capital circulante.

Não bastasse, o recém-criado Estado da Guanabara - que apesar de tudo ainda andava bem-, em 1974 sofreu novo golpe às suas finanças com a fusão ao Estado do Rio de Janeiro. Em suma, as verbas vindas de impostos e investimentos diretos que sustentavam o "Rio dos sonhos de todos os brasileiros" foram minguando ano após ano e, ainda, passaram e ser divididas com os demais municípios fluminenses a partir de 74.

Passaram-se 3 décadas de declínio e abandono. Justamente quando tanto a economia estadual quanto a organização municipal começam a dar mostras de uma enfim ressurreição, a estranha força que orientou os movimentos anteriores novamente vem tentar assaltar o povo que representa, com mais legitimidade a beleza, alegria e simpatia de todos os brasileiros.

A covardia contra o Rio é contra o Brasil. Desmoralizar a cidade que simboliza a beleza brasileira e permitir que, sem recursos, o abandono a ultraje cada vez mais é consentir que todos nós sejamos envergonhados. O Rio não é apenas uma cidade ou um estado, é o símbolo de uma Nação.

Nenhum comentário: