Limites

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9.3.10

"Estou no céu"

Sem palavras mas apenas com sorrisos, podemos receber essa declaração que merece ser feita em sussurros, bem baixinho, para que ninguém mais a ouça: "estou no céu"!

Estar no céu é flutuar, sentir-se leve, desprendido de todo o peso que a gravidade insiste em fazer sempre grave. Estar no céu é sinônimo de realização, de êxtase, de liberdade completa. Estar no céu é expansão de felicidade, é quando a alma, ainda que por raros instantes, torna-se maior que o corpo.

Podemos caminhar no céu e lá também darmos as mãos, podemos somente olhar e, de novo sem qualquer som, saber que não estamos mais no chão. Podemos nos esconder do dia, olhar de longe, esperar os dias e, ainda assim, sentir a plenitude que nos enche de fôlego, de vontade de voar novamente. Podemos descobrir como é maravilhoso falar diretamente ao coração. E suspirar. E levitar.

Não ganhamos asas sozinhos. Se andamos sobre as águas, sobre a grama molhada ou entre as nuvens é pela presença de algo maior, de um sonho que insiste em tornar-se possível, constante, quase irreal. Se não fazemos como os outros, se não entramos em vilas, se não deixamos pegadas é porque não somos os outros, não precisamos de chaves, não andamos com os pés no chão. É porque o céu está ao alcance das nossas mãos.

Estar no céu...por pouco ou por muito, sempre ou raro. Bastam ideias, basta coragem, basta querer. Basta subir o muro, olhar o mundo de cima e dar o passo à frente que, inexplicavelmente, nos fará flutuar.

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