Eu queria ter uma casa, uma casa ao lado de um lago.
A casa teria dois andares, no quarto uma mesa junto à janela de onde eu pudesse escrever e olhar as vinhas. Sim, eu queria ter vinhedos.
Eu queria morar na França, numa cidade pequena e andar por ruas de terra.
Queria ver poeira em vez de fumaça, queria não ter relógio. Eu teria uma moto.
Teria três filhos, ou quatro, quem sabe? Apenas uma mulher. Uma mulher até morrer, morrer feliz.
Eu queria aprender mais da vida, mais de gente, queria conhecer outros lugares. Queria que a vida fosse longa o bastante para pousar durante tempos em terras distantes. E sentir o cheiro, o gosto, ver o sentido que cada povo dá pros dias atuais, pros vindouros, pros incertos.
Queria escrever, e dançar, e ter um piano. Ou um violão. Tocaria com meus 3 ou 4 filhos. Cantaríamos juntos. Dançaria com a mãe deles.
Queria morar na cidade, ser prefeito, ajudar muita gente, fazer política em tudo. Não queria virar nome de rua ou de praça. Queria fazer leis, tocar projetos, mudar vidas.
Queria escrever textos com os quais outros se identificassem, queria escrever músicas e que elas ficassem guardadas como boas recordações. Queria que essas canções fossem para bons momentos.
Queria mais que um bom ano, um bom projeto ou um bom mês. Queria realizar sonhos sem prazo de validade.
Alguns deles vingariam, outros não. Queria ser forte pra buscá-los e não deixar com que ficassem somente como lista daquilo que jamais conseguirei contar.
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