Limites
15.11.10
Sob medida
27.10.10
A perfeita distância
Há palavras que não devem ser ditas, mas guardadas em profundo segredo:
25.10.10
2.10.10
NADISMO
Tenho buscado fugir do padrão, do estresse, do excesso de informações, de um modo opressor de viver. Apesar de tentar não fico pensando em como fazer isso, ao contrário, simplesmente não tento, não penso, esqueço.
29.7.10
20 anos de Brasil
Antes de Collor assumir a Presidência em 15 de março de 1990, o país vinha de uma grande luta pela redemocratização que uniu as principais forças políticas nacionais (Ulisses, Tancredo, Quércia, Franco Montoro, Pedro Simon, Lula, Brizola, Covas, FHC, ACM, Miguel Arraes, Roberto Freire) e artistas em torno de um único ideal: a volta das eleições diretas. A falta de prática política afastara a população dos governantes que desde a época do golpe militar eram eleitos indiretamente ou indicados.
Além da falta de legitimidade dos governantes, a crise econômica ditava os humores do povo que, como eu ainda pequeno, levava seus bancos para a fila da padaria e do açougue para comprar produtos que eram racionados pela baixa produção: leite e carne. O Brasil que hoje tem no Centro-Oeste um dos maiores rebanhos do mundo, há 25 anos tinha cota de leite e carne.
Nosso parque industrial ainda era resquício de meados do século XX quando haviam sido criadas a CSN (40), Petrobras (53), Furnas – p.ex. – (57), o Plano de Metas (governo JK) e do investimento em siderurgia, energia e petroquímica durante o período do “milagre econômico brasileiro” (68 a 73). Com a primeira crise do petróleo em 74 e a necessidade de sua importação, a balança comercial nacional virou em alto déficit e caminhamos lentamente para a recessão.
A prosperidade não durou e a inflação de demanda tornou-se inevitável. Apesar da riqueza gerada, como a indústria não dava vazão à capacidade aquisitiva de parte da população, os produtos manufaturados começaram a escalonar seus preços e alimentou o que, já de volta aos anos 80, convencionaram chamar o Dragão da Inflação.
Voltando ao início do texto, no ano anterior a Collor assumir a Presidência a inflação oficial registrada foi de 1.764%. Esse contexto inflacionário fora de controle, de mudanças de moeda, de desequilíbrio da balança comercial, de desequipamento do parque industrial, de dívida pública elevada (e desconhecida), além da produção legislativa nos últimos 20 anos pautará esse curto levantamento da situação econômica e política que vivemos às vésperas de mais uma eleição.
18.7.10
O Meu "Comer, Rezar, Amar"
6.6.10
As Profecias de Renato Russo
5.6.10
Clínica geral
A confirmação de que um dos coordenadores da campanha de Dilma negociou com arapongas a elaboração de um dossiê antitucano, é apenas mais um capítulo dessa interminável narrativa brasileira. Na semana em que a pré-candidata petista empatou nas intenções de voto com José Serra, o Presidente Lula foi condenado pela quinta vez por propaganda eleitoral antecipada. Quinta!
Esse processo político corroído por imoralidades não está no começo e nem em seu ápice. De fato, a anestesia injetada há tempos já produziu efeito e tanto povão quanto políticos, iguais em suas hipocrisias, já não se importam mais com os meios utilizados, desde que o país “melhore”, cresça.
Apenas para limitar as incontáveis indecêndias aos partidos líderes, podemos citar a compra de votos pela emenda da reeleição capitaneada pelo falecido Sérgio Motta no governo Fernando Henrique, os mensalões de Lula & Zé “Sai de Retro” Dirceu no Congresso, e de Azeredo em Minas, a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo -a quem queria-se incriminar – pelo poderoso Palocci, os aloprados da eleição paulista na primeira edição dos dossiês petistas…
Desde que Maluf começou a ser denunciado, repete-se a máxima de que é melhor quem “rouba mas faz” do que aquele que permanece inerte. O ditado regente típico de um povo absolutamente carente mostra-se ainda eficiente quando Dilma alcança Serra na corrida eleitoral. Pouco importa se os métodos são ilegais, pois, no fim das contas, vale a pena. O saldo entre pagar multas de 5 ou 10 mil reais frente ao crescimento de 5, 10, 15 pontos percentuais é altamente positivo. Essa é a matemática que vale. E enquanto continuar a valer a pena…bem, vocês sabem.
Não se engane quem pensa que os políticos são os únicos praticantes dessa distorção. Eles só agem assim porque quem vota neles é o povo que entende que, enquanto o Governo petista apresentar bons índices sociais e econômicos, toda ilegalidade será tolerada. Despersonificado o mito, Lula é o novo Maluf.
E pensar que o Presidente alemão acabou de renunciar ao cargo porque, mesmo sentindo-se mal-interpretado, acham que falou uma bobagem. Ah, se essa moda pega no Brasil…
3.6.10
1.6.10
22.5.10
Direto de Kentucky
17.5.10
Ausência - de Vinícius de Moraes
Não bastassem as incomuns genialidade e sensibilidade de Vinícius, não tenho me forçado a achar definição pros meus dias e assim fujo dos meus pensamentos. Como o deleite na arte é certo, para não incorrer no abandono, deixo a beleza de quem entendeu o amor sem vulgarizá-lo, sem subestimá-lo, e sem jamais abandoná-lo:
"Eu deixarei que morra
em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada."
Confissões de dias difíceis
A confusão das últimas semanas tem tirado as letras de mim. É curioso porque, ao mesmo tempo em que estou invadido de palavras que voam, amontoam-se e formam pilhas de preocupação, fico tão perdido que já não sei direito o que sinto. Faz alguns dias que não sei o que sinto.
10.5.10
União civil dos homossexuais
Mas meu voto favorável a ambos os temas não está vinculado à fé que professo, mas à minha condição de cidadão. Enquanto cristão, mantenho-me aliado à visão religiosa do tema, o que não me impede de ter bons relacionamentos, respeitar e defender que os homossexuais tenham garantidos os mesmos direitos dos heterossexuais frente à Administração Pública.
Já se vão mais de 500 anos desde o Renascimento, momento histórico ao qual a Reforma Protestante está ligada. Nela, uma das mudanças propostas pelos reformadores era justamente a separação entre Estado e Igreja. Desde então essa ideia passou a ser incorporada aos fundamentos de diversos Países, tendo até hoje sua maior bandeira na França através do lema “liberdade, igualdade, fraternidade”. Igreja é igreja e deve manter sua convicções, manter sua ética, lutar para que a verdade na qual acredita seja praticada por seus líderes e liderados. Estado não é igreja. O Estado, na concepção romana, é um ente abstrato, impessoal, uma criação que tem como finalidade servir aos seus habitantes.
Dentro do Estado laico e distante do Teocrático, não consigo enxergar outra postura oficial senão a de garantia ampla de acesso igualitário aos direitos a todos os cidadãos. O cidadão usa o solo, paga imposto, compra, vende, vota e é votado independente de sua religião ou opção sexual. Esse Estado que não questiona a opção sexual para recolhimento de impostos, da mesma maneira não pode impor limitações aos direitos civis daqueles que, sexualmente, não seguem as tradições da maioria.
Ainda, o Estado não poderia impedir, como conseqüência lógica, o direito de herança ao companheiro(a) que, junto com seu parceiro(a) construiu certo patrimônio dentro de uma relação tida como casamento. “Dentro de uma relação tida como casamento” que precisa passar a ser chamada de casamento. Assim como os heretos têm direito a essa formalidade social que permeia o sonhos de quase todos nós, os homos não podem ter, enquanto cidadãos, esse sonho roubado.
Enfim, pregando uma tese antiga trazida pelos Reformadores da igreja, sustento que o Estado não pode nem deve estar vinculado à Eclesia, seja através da concessão de títulos, seja da doação de terras ou da imposição de suas doutrinas.
“A César o que é de César”….e de Julio, Serginho, Dicesar, Rick ou outro nome que quiser escolher.
9.5.10
3.5.10
As veias abertas do Rio de Janeiro
Todos os dias passo pela Nossa Senhora de Copacabana, quase em frente ao Copacabana Palace e vejo um rapaz sentado no chão de muletas, pedindo esmolas. Algumas vezes dei uns trocados, outras não, mas ele sempre me dava bom dia, boa tarde…simpático até.
Hoje, quando passei por ele por volta das 17hs, havia um aglomerado de pessoas em volta dele, estirado no chão, agonizando. Seus olhos estavam esbugalhados. Uma mulher o abanava com um pedaço de papelão, outra dizia “Ele vai morrer até chegar a ambulância!”. Ligaram para o socorro, mas sabe-se lá quem respondeu: – “Ah é de rua, deixa morrer, menos um…”
E eu, o que digo diante desse relato? Não estamos falando de governo, de política demográfica, de falta de leitos, de falta de emprego. O camarada que parecia uma espécie de ‘mendigo do bairro’ (aquele educado que não é agressivo ou se mostra perigoso, que não cambaleia bêbado, recebe quentinha das viúvas, roupas e até uns trocados…), pode ter escolhido viver na rua. Sim, há quem faça essa opção (conheço um caso de perto). A incredulidade diante da reação “deixa morrer” não pode ser repassada para a abstração estatal, não pode ser jogada no colo dos insensíveis governantes. Essa, meus amigos, é culpa de gente, de alguém que tem nome, CPF, endereço, família, alguém que pode ser o cidadão sentado ao nosso lado no banco do metrô.
“Deixa morrer” é o que muita gente diz hoje. É o pensamento burguês de uma classe média decadente moralmente, com cada vez menos princípios, menos objetivos que não sejam o de ter carros novos, apartamentos ornados e um closet para substituir as roupas que já não cabem mais no armário.
Não podemos mais falar apenas de ética, de corrupção, de segurança, de saúde, das enchentes, da falta de moradia, da falta de transporte digno. Precisamos rever os conceitos que estamos passando para a geração que virá depois de nós, os ensinos que andam pregando aos nossos filhos, os exemplos que estamos dando a eles. Por onde anda a compaixão, por onde anda a caridade, por onde anda a mão estendida? Que tipo de gente nós somos?
Que loucura!
De ontem pra hoje tive um sonho louco. Mais que um sonho, uma conversa.
Passei por aqueles dias em que você acorda e volta a dormir algumas vezes, por uma daquelas situações raras em que acorda e consegue lembrar do que sonhou. Mais que isso!, lembrei do que estava sonhando e, ainda sonâmbulo, voltei a fechar os olhos. O sonho continuou.
Já era quase de manhã. Abri os olhos zonzos com a memória forte da conversa que, sonhando, estava tendo com duas amigas e a impressão que tive foi a de um pedido: hei!, vai acordar sem responder à minha pergunta???? Achei tudo muito esquisito e (claro) tentei dormir novamente. Consegui e elas estavam lá, esperando a continuação do bate-papo....
29.4.10
Memórias de um recomeço
28.4.10
19.4.10
Nada Especial
13.4.10
O problema é o mate
Concordo que haja responsabilidade do Governo nas recentes tragédias que vitimaram Rio de Janeiro e parte do Nordeste. Nesses casos, porém, não acho que a culpa atenda pelo nome de Prefeitos ou Governadores. Penso que existe uma responsabilidade governamental mais ampla, tanto de Poder Executivo quanto do Legislativo (representado por suas Câmaras e Tribunais de Contas). Explico.
Tomando o Rio como exemplo, a cidade chegou a um nível de desordem e de descompasso estrutural que me parece inadequado deixar na conta dos atuais governantes toda a herança recebida. Ninguém, nem Juscelino com o dinheiro da Previdência, conseguiria assumir o mandato, verificar as urgências, elaborar projeto de obras, aprová-las em todas as suas esferas, incluir no orçamento, licitá-las e, enfim, executá-las. O calendário não permite.
Sem somar a todos os entraves burocráticos a resistência da população, em 4 ou 8 anos não se consegue mudar um Estado. Lula com toda a sua aprovação e propaganda de ‘nunca antes’, após quase 1 década entregará ao seu sucessor um País sem significativas heranças estruturais. Especificamente falando de ocupação desordenada do solo, se pensarmos que já há, mesmo depois de tantas mortes, resistência dos moradores do Morro dos Prazeres à remoção, como tratar o planejamento da cidade em 1 mandato? Como enfrentar a opinião pública que acaba defendendo o ‘direito do pobre’ por sua pura condição desfavorável? Mais uma vez, ações judiciais em defesa dos despejados impediriam qualquer calendário de ser cumprido por apenas um governante.
O País precisa de um Plano Diretor supragovernamental, elaborado pelas Casas Legislativas, fiscalizado pelos Tribunais de Contas. Os chefes do Executivo devem operar com metas dentro dos seus mandatos. Os municípios e Estados devem ter planejamento de longo prazo feito por suas secretarias, assim como fizeram FHC com seu “Plano Plurianual” e Lula com o “PAC”. Enquanto os governantes não forem tratados como gestores, cobrados em metas reais como já o são na Lei de Responsabilidade Fiscal, continuaremos os vendo com rodos na mão recolhendo a lama que desce a cada chuva de março.
7.4.10
6.4.10
Dias a mais, dias a menos
5.4.10
Intensive Care Unit
3.4.10
Contraponto
1.4.10
Ao trabalho
30.3.10
Acabou o Porto
27.3.10
Durma bem
26.3.10
Se não fossem vocês...
17.3.10
O Rio contra Ibsen
16.3.10
Relembrar ou Reviver?
Curtas
12.3.10
Declarações Roubadas
Carta ao Imperador
A Nação Rubro-Negra, a porção mais feliz que habita essas terras, tem imenso orgulho de ser governada por um Imperador generoso e atento às agruras de seus súditos, que esperaram tantos anos para poderem triunfar novamente. Adriano devolveu a todos nós a autoestima inflacionada que todo flamenguista tem tatuada na alma. É natural que os frustrados de sempre vistam suas fantasias de mexeriqueiros e façam da fofoca o refúgio de suas respectivas invejas.
O torcedor rubro-negro, ao revés, faz da crença em seu Imperador, o guerreiro que nos devolveu o direito de sonhar com a reconquista do planeta, a inspiração para apoiar e empurrar nosso exército a mais uma vitória, e depois a mais outra, e depois outra ainda mais, até que todos os nossos rivais tombem e estejam devidamente recolhidos às suas minúsculas insignificâncias.
À FLA MANGUAÇA, torcida que há 15 anos frequenta os estádios divulgando sua mensagem de paz e alegria, lembrando a todos que futebol é ainda melhor quando celebrado com cerveja, incomoda ainda mais toda essa hipocrisia, falso moralismo, conselhos abjetos e histeria coletiva contra o consumo de álcool. Imperador, não se iluda: essas candinhas, se pudessem, censuravam a alegria, proibiam a felicidade, acorrentavam o prazer e passavam a entoar seus sermões moralizadores como a panacéia para todos os males.
Imperador, fique tranquilo. Da arquibancada jamais lhe faltará incentivo, compreensão e confiança. Nosso apoio a você é incondicional, irrestrito. Só não é maior do que a nossa gratidão por tudo que você já nos deu
9.3.10
"Estou no céu"
5.3.10
Baile de Máscaras
4.3.10
Sobre sentir-se leve
3.3.10
TEMPUS FUGIT
RELEVÂNCIA
4 | O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. | |
5 | Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; | |
6 | Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; | |
7 | Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. | |
8 | O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá |